A campanha do Maio Amarelo chama a atenção para a importância da segurança viária e da preservação de vidas no trânsito. Mas, será que Curitiba pode zerar as mortes no trânsito ou a chamada “morte zero” é apenas uma utopia? O novo episódio do Curitibou?, podcast da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), reúne especialistas para debater desafios e soluções para reduzir o número de acidentes na cidade.
Em 2024, Curitiba registrou 141 mortes no trânsito, segundo o relatório do Programa Vida no Trânsito, da Secretaria Municipal da Defesa Social e Trânsito (SMDT). Apesar da redução de 54% nos últimos 10 anos, o número ainda preocupa. Para o superintendente de Trânsito e ex-vereador da capital paranaense, Bruno Pessuti, a queda dos óbitos é um avanço, “mas, ainda assim, são 141 famílias que perderam entes queridos e outras tantas pessoas que sofreram danos permanentes, lesões graves, dados que não entram nas estatísticas”.
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Há dez anos anos, Pessuti foi coautor da emenda que incluiu o conceito de “morte zero” no Plano Diretor de Curitiba. Hoje, à frente da Superintendência de Trânsito da SMDT, ele defende ser possível, sim, alcançar a meta. “Parece utópico, mas, em países nórdicos, como Suécia e Noruega, algumas cidades atingiram isso”, observou. Durante o programa, o convidado defendeu estratégias como a diminuição do limite de velocidade das vias públicas, “uma tendência mundial”, e ações educativas da Escola Pública de Trânsito, em especial junto às crianças.
O repórter policial João Carlos Frigério, criador do Plantão 190, também participou da conversa. “Eu também notei, no decorrer dos anos, como diminuiu o número de acidentes, principalmente fatais, na região central de Curitiba. A diminuição de velocidade, principalmente na questão do pedestre, aumenta muito a chance de o pedestre sobreviver”, reafirmou o convidado.
Com experiência em coberturas diárias de acidentes e outras ocorrências, ele aponta o uso do celular ao volante como uma das principais causas de colisões, uma vez que a distração diminui o tempo de resposta do motorista. “A porcentagem de pessoas que manuseiam o celular enquanto dirigem é muito alta”, alertou. “Por exemplo, a pessoa está numa via rápida e o trânsito está fluindo. Se ela estiver no celular e o trânsito parar bruscamente, a chance de ela colidir na traseira de alguém aumenta muito, porque está desatenta”, enfatizou.
O debate foi mediado pela jornalista Fernanda Foggiato e pela estudante de Jornalismo Pietra Hara, ambas da Diretoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Curitiba. O podcast também traz um depoimento especial da ex-deputada federal Christiane Yared, fundadora do Instituto Paz no Trânsito (Iptran), criado após a perda de seu filho em um grave acidente, em 2009.
Além do papo sério, o episódio explora curiosidades da história do trânsito de Curitiba. Você sabia, por exemplo, que a prática da “rabeira” — segurar-se clandestinamente em veículos em movimento — já causava acidentes, muitas vezes fatais, desde a época dos bondes de mulas, mais de um século atrás?
Assista ao podcast sobre o Maio Amarelo, já disponível no nosso Youtube.
🎧 Curitibou?: podcast abre espaço para todas as curitibanices
O Curitibou? é o espaço para serviços públicos, entretenimento, cultura e história na grade do CMC Podcasts, ou seja, de todas as curitibanices que envolvem a cidade e sua população. Parte dos programas são interligados às reportagens históricas do Nossa Memória, projeto criado em 2009, pela Diretoria de Comunicação da Câmara de Curitiba, para resgatar a identidade histórica da capital do Paraná.
A grade do CMC Podcasts também traz programas temáticos baseados nas comissões permanentes da Casa, para apresentar o perfil dos vereadores e para explicar o funcionamento dos órgãos internos e serviços da instituição. Então, ative o sininho e acompanhe os lançamentos!